Pankararu (adispois)
Em canto e poesiaQue os vagabundos
Esculhambaram o mundo
Que Deus criou pra nós
Eu tô aqui
Igual Abelha
Tufinho de cera
Só dou o mel
Eu tô aqui
Cana caiana
Até na moenda
Só dou o mel
Mesmo adispois
Que os vagabundos
Derrubaram tudo
Que é pé de pau
Eu tô aqui
Igual a madeira
Semente de feira
Fruta madura
Rosa amarela
Fulô que cheira
Na cabeleira
Dos girassóis
Mesmo adispois
Dos vagabundos
Fazer de tudo
Inté matar os bichin
Eu tô aqui
Onça pintada
Leão das selvas olhando estrelas
Não digo besteira e nem topo escutar – bis
Mesmo adispois
Que os vagabundos
Tangeram os índios
Secaram os rios
Eu tô aqui
De arco e flecha
Cara pintada, tacape e dança
Batendo os tambores do desafio
Sou meio matuto
Medo não tenho
E a dor que tenho
É te ver calar
Não mudo o mundo
Mas não me mudo
Nem me iludo
Com seus enfeites de metais
Mesmo adispois
Que os vagabundos
Esculhambaram o mundo
Que Deus criou pra nós
Eu tô aqui
Igual Abelha
Tufinho de cera
Só dou o mel
Eu tô aqui
Cana caiana
Até na moenda
Só dou o mel
Mesmo adispois
Que os vagabundos
Tangeram os índios
Secaram os rios
Eu tô aqui
De arco e flecha
Cara pintada, tacape e dança
Batendo os tambores do desafio
Sou meio matuto
Medo não tenho
E a dor que tenho
É te ver calar
Não mudo o mundo
Mas não me mudo
Nem me iludo
Com seus enfeites de metais