1988 - 2009
Enigma crewPerfume , recordações , episódios , festas
Fotografias , coisas boas , coisas más , sentimentos
Caligrafias , histórias , decisões , peças
Há certas alturas , que vais , que vens ...
Eu também nunca tive medo de alturas
Quis conhecer o céu e tentei abraçar-me às nuvens !
Desculpa , eu sei que disse que ia passear ao jardim
Colhi uma flor para te dar para me dares um abraço a mim
Dizem que a vida dá saltos , eu também acho que sim
Vou dar o maior salto de todos quero aterrar num trampolim
Mãe , deste-me o mundo
Fiquei suspenso, porque hoje eu sinto-me tão livre que até me sinto preso
Dá-me asas , que azar ! estas asas não se rasgam
Mesmo que trouxesse pára-quedas , estas quedas não paravam
Se eu pudesse voltar atrás , não posso , tou instável
Provei o sabor da vida mas que sabor desagradável
Vou ate às estrelas , não regresso
Vejo o meu reflexo na água cada vez mais perto
Desejo a tua mão aperto , por entre os dedos
A ilusão empurra-me , sussurra-me segredos
Ajuda-me a dizê-los , não posso mais fugir
O céu é o limite e eu limito-me a cair em palavras que me escreveste
Deixei-me voar no teu papel , senti um arrepio na barriga
Como se isto fosse um carrossel
Já chega de despedidas , não me sigas , não consigo
Agora que és livre como um pássaro só não tentes voar comigo
Eu não me prometo nada , eu tento , mas espera
Tenho medo que as promessas no céu sejam como na terra
Leva-me a ti , beija-me e esconde se isto for um sonho eu não acordo
Ou então atiro-me da ponte , quantos segundos tenho ?
Tenho vertigens !
Sou eu que me afasto , ou és tu que me afastas ?
As escadas são infinitas como as vezes que não me abraças
Eu subo degrau a degrau a imaginar-te ,
A dizer-me o que não te disse pelas vezes que não falaste
O quanto tu me perguntaste , sem nunca me perguntares
Todas as respostas que me deste ao duvidares
Todas as questões que colocaste ao confiares , enfim
O quanto te iludias por desconfiares de mim
Avanço lentamente o corrimão
Com lágrimas de raiva pela minha decisão
Já estou do outro lado , tenho os dedos inchados
Agarrado pelos cotovelos e os punhos atados
Desequilibro-me caio para trás , sinto a adrenalina
Queria gritar mas a minha boca tem fita adesiva
E eu sufoco , enquanto respiro o teu perfume
O sorriso do costume não é o sorriso do costume
Prometi , levar-te onde quer que fosse
Mas hoje , chego tarde querida e vou para muito longe
Eu vejo as pessoas lá em cima debruçadas
Desesperadas , até parecem importadas
Queria gritar que te amo mas tenho a boca fechada
Os tímpanos estouraram porque já não me dizes nada
Até que me desfaço na água , não sinto os olhos ,
Não vejo pele , os músculos separaram-se dos ossos
Isto dói muito menos do que o que podia
Por cada vez que te encontrava e não te conhecia
É o ultimo segundo de jogo , jogo a última carta
Na última jogada no entanto a queda ...
Sinto os ossos a torcerem-se como plasticina
E partem-se por dentro até que entro em hipotermia
Rasguei as artérias , a dor é grande
Engulo água e sinto o sabor do meu sangue