Almas perdidas
Existência verbalLoucura na madruga com os policia tá ligeiro!
Vai pega o isqueiro, acende e desestressa
Se for pra ser bem feito, então segura essa!
(Vai!)
Segura essa, sentimento do poeta
Que liga televisão, na sintonia nada presta.
Ando nessa direção que eu sei, que é a certa
Rap é compromisso e é isso que me liberta.
Função, missão, sem entrar na contramão
E o poder da poesia refletido na canção.
Esse é o momento de expressar o sentimento
Transformar o sofrimento no peso do argumento
Rap lema na cena contra o sujo sistema
Expressando nossa voz, fazendo valer a pena
Essa é a ideia de fazer os meus versos
Boto ordem na desordem pra tentar atingir o progresso
Eu vou só no sapato de repente acelero
Paro, penso no futuro e não me desespero
Tenho que acordar preparado pro duelo
Trampando todo dia pra firmar o meu castelo
Zé povinho fala, sem saber o que tá falando
Deixa ele falar que agente segue batalhando
Lutando, cantando, fazendo história
Cabeça erguida sim até o fim da trajetória
Ô gloria olha só, a rapa reunida
O rap é uma essência, uma lição de vida
Não penso em vencer porque já sou vencedor
Sou dono de onde eu piso e tenho o dom de rimador
Agradeço meu senhor meu máximo protetor
Que sempre olha por mim e fez eu ser o que eu sou
Defendendo a rata *@%# até o fim lançando a voz
Pra dizer pra mostrar e provar que vai ser nós
Almas perdidas, choro e desespero
Loucura na madruga com os policia tá ligeiro
Vai pega o isqueiro, acende e desestressa.
Se for pra ser bem feito, então segura essa!
Batida começa levada quebrada sem falha eu sigo na rima
Aprendo com tudo levando dentro de um planeta que gira
Tem mano que pira, ninguém conspira
Na vivência de um mundo louco, onde se perdem várias vidas
Eu vou fazer o que?
Pra que?
Pra quem? (Pra quem?)
As chicotadas na sociedade que ardem
Ordem e progresso estampado na nossa bandeira
A dor e o sofrimento é o que comanda de primeira
Corrupção e muita desonestidade
É o que mais ocorre dentro da nossa cidade
O mundo que perde pelo próprio governo que aqui controla
Os mesmo engravatados que queima nossa marola
Fico puto, não me iludo, dentro de um mundo insano
Flow e vários raps seguimos proliferando
Sempre foi assim a periferia chora
Pelas mães que se preocupam
Pelos filhos que não voltam
É triste ver essa dura caminhada
Os neguinho se perdendo, é muita treta nas quebrada
O rap representa nossa expressão de dor
Posso ser glorificado porque eu sou gladiador
Na minha veia corre o sangue das ruas desse mundo
Se não existisse o rap eu tinha nascido mudo!
Mas não, lanço a voz conceito sem orgulho
O mic vem na mão, o mc vem com barulho
Cheguei no sapato com os moleques na humildade
Mostrando a batalha da pura realidade
Com bico da caneta caminhei na trajetória
Sorrisos, alegrias, quero viver de vitória!
Chega de sofrimento, desespero e maldade
Chega de ilusão!
Chega de fragilidade!
Eu vim foi pra cantar, pra falar e pra mostrar
Aprendendo e apanhando com a vida que o mundo dá!
Almas perdidas, choro e desespero
Loucura na madruga com os policia tá ligeiro!
Vai pega o isqueiro, acende e desestressa
Se for pra ser bem feito, então segura essa!