Natureza morta
Felipe duram
Ouço ao longe uma sinfonia
De moto-serras rangendo
Num espetáculo de agonia
Que o maestro homem vai regendo
Rangendo, regendo, rangendo
De moto-serras rangendo
Num espetáculo de agonia
Que o maestro homem vai regendo
Rangendo, regendo, rangendo
Na mais famosa galeria
Quadros de natureza morta
Retrato cruel dos nossos dias
E quase ninguém se importa
Em modernos cinemas
Imagens em três dimensões
Um confuso jogo de cenas
Desviando as atenções
Mas aqui nos bastidores
Um realidade nos consome
É a natureza com fortes dores
Causadas pelas mãos do homem
A indústria, o automóvel, a fumaça, o lixo
O agrotóxico, os gazes mercúrio e o chumbo
A morte dos rios, das plantas, dos bichos
A camada de ozônio esquentando o mundo
Eu sei muito bem
Você sabe muito bem
Olhos que fingem não ver
São culpados também
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