Samba do pinico
Felipoe assumpção gertumNo final de um verão
Que um boa noite pegou fogo
Na palha do meu colchão
Foi no fim daquela noite
Que tudo se sucedeu
O fogo como um açoite
Na minha cama prendeu
Se deu lá no seminário
Em um encontro do gen
Algo extraordinário
Pareceu coisa do além
Me acordei com a palha ardendo
E a minha cama incendiando
O que estava acontecendo
Eu estaria sonhando
Saí corredor a fora
Procurando água na pena
Era tarde àquela hora
Coisa triste a tal cena
Com um pínico na mão
Voltei às pressas bradando
E o fogo no colchão
Cada vez mais aumentando
Só pensava na desgraça
Do seminário em ruína
Meu nome queimado na praça
Olha só que triste sina
O pessoal desesperado
Descendo por um andaime
E um bombeiro perfilado
Bem ao lado de Dom Jayme
A manchete do outro dia
No jornal da minha cidade
Um bom motivo daria
Para a turma da maldade
Joguei a água aflito
Sobre o fogo que era alto
E logo escutei um grito
Um berro do Padre Aldo
Aí veio todo mundo
De cueca, samba canção
Veio até o padre mário
Com uma lanterna na mão
O fogo foi apagado
O incêndio então se acabou
E o povo sossegado
De mãos dadas rezou
No café do outro dia
Até me deram um presente
Aquilo se parecia
Algo muito diferente
E até o Padre João
Teve uma solicitude
Com tamanha emoção
Agradeceu minha atitude
Na hora dessa homenagem
Esqueci da confusão
Todo o mal tem sua passagem
Na vida de um cristão
Se de um burro e uma queixada
Derrubou-se um batalhão
Eu, então, com o meu pinico
Salvei a vida do irmão