Homem máquina

Corria contra o tempo
Como se pudesse ganhar
Não tinha medo da morte
Até a morte há tempo pra chegar

Comia sem o gosto
Mastigava sem parar
Não tinha medo do escuro
Mas tinha medo da luz se apagar

E amanhã bem cedo
Contra a vontade vai se levantar
Vai vestir a roupa de ontem
Para o velho mundo não se impressionar

Com o melhor que ele tem
Com a parte que o coração bate
Com o melhor que ele tem
E oferece com tanta vontade
Pra quem sabe bem
Que no peito há um coração que bate

Buscava felicidade
Diversas vezes resolveu comprar
Um copo de aguardente
Ardia até na hora de deitar

Não via muitas flores
No seu dia a dia feroz
Mas tinha com ele uma foto
3X4 de sua amada

Era obra de arte, poesia não declamada
Era pura saudade, viagem de volta pra casa
Era só ansiedade da vida com ela sonhada

E o melhor que ele fez
Foi pra gente que não lhe queria bem
E o melhor que ele fez
Foi sorrindo sem culpar ninguém

E o melhor que ele fez
Foi pra gente que não lhe queria bem
E o melhor que ele fez
Foi sorrindo sem culpar ninguém

E o melhor que ele fez
Foi lembrar pra tanta gente
Ser humano ao menos uma vez