Francisco nery

Ateliê

Francisco nery
Vou esperando isso tudo não acabar
Vou esperando a espera que vem com seu olhar
Entre portas um indeciso perde a via
No meu imo a mentira pressagia

A noite cai e retrai esse vil compositor
E entre tantas por que escolhi o seu amor?
Emaranhado, bagunçado, imprevisível
Inoportuno, infundado, inelegível

Isso que se vê diante do espelho não quer dizer nada
Veja você tão perfeita penteada, virgem, imaculada
Com lágrimas rolando ao chão
Perdidas na multidão do seu próprio ateliê

Quando amanhece vão-se as rimas deste compositor
A nossa cama que é só minha esta coberta de dor
E o cansado vai minando a resistência
Do nosso amor, da plenitude e da carência

Minhas verdades prostituem mentiras e obsessão
E vendo os olhos por que eu prefiro a escuridão
Pois o concreto é cruel e traiçoeiro
E o abalo do compasso é desespero

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