Mala amarela
Frank e juniorEra quatro e meia,passava um pouquinho e um fosco clarinho rasgava o barjão,
era o trem noturno que vinha apontando e logo parando na velha estação,
meu corpo tremia,meus olhos molhados,o meu pai do lado e a mala no chão.
beijei o seu rosto e disse na hora,o mundo lá fora me espera paizão.
Entrei o vagão,corri pra janela e a mala amarela do velho catei,o trem deu partida,soqueou bruscamente e ali novamente sua mão eu beijei.
um pouco pra adiante vi minha casinha e a minha mãezinha de pé no portão.
ela não me viu e no trem na corrida ouvi as latidas do velho sultão.
Um certo senhor da poltrona vizinha dizia que vinha do
paranazão.
e disse também de um jeito cortez,é a primeira
vez que deixo o sertão,pedi seu conselho e ele me disse,
seu moço a velhice é dura demais,eu sou bem mais velho e
posso aconcelhar é duro ficar distante dos pais.
Eu nunca esqueci o que o velho falou,o tempo passou e pra
casa voltei.
quem fica distante jamais se conforma lá
plataforma meus pais avistei.
desci comovido,abraceiele e ela,e mala amarela meu filho eu não vi?
Meu pai acredite na fala de um homem,pra não passar a
mala eu vendi.
Que pena,que pena,era minha lembrança que eu trouxe de
herança do seu avô.
mais deixa pra lá,eu vou esquecer,
a herança é você e você já voltou.