Frejat

A máquina de escrever

Frejat
Mãe se eu morrer de um repentino mal vende os meus bens
A bens dos meus credores
A fantasia de festivas cores que usei, no derradeiro carnaval
Vende esse radio que ganhei de prêmio por um concurso num jornal do povo
E aquele terno novo ou quase novo, com poucas manchas de café boêmio
Vende também meus óculos antigos que me davam ares inocentes, não precisarei de suas lentes pra enxergar os corações amigos
Sem ruído é mais provável que eu alcance o céu, vou penetrar e então provar seu mel
No paraíso só preciso de um olhar sem teu sorriso outro sorriso pra me enganar!
Mais poupa minha amiga de horas mortas, com teclas bambas minha maquina de peças tortas! Vende todas as grandes pequenezas que eram meu intimo tesouro
Mais não ainda que ofereçam ouro, mais não ainda que ofereçam ouro
Não venda o meu filtro de tristezas!
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