Galvão

As armas e os barões

Galvão
Minha terra tem palmares
Onde contam-se zumbis
São diferentes brasis
São Paulo, Piauís e Acres
Minha terra tem milagres
E muitas difíceis crises
Signos de nus contrastes
De mandacarus e misses

Minha terra sem palmeiras
Carnaúba e buriti
Sem aves que aqui havia
Jaçanã e juriti
Sem matas que aqui mataram
Oiticica e oiti
Sem índios que indignaram
Poti, tupi-guarani

Minha terra tem paradas
E guardas e dragões
Tem os fardões e as fardas
As armas e os barões
E tem heróis sem medalhas
Sem batalhas, nem brasões
Tem muitas encruzilhadas
Que dão em mil direções

Minha terra idolatrada
Patriamada, tem sermões
E tem palavras, ciladas
Que valem rebeliões
Pois nem só de homens e livros
Vivem as nações
Mas de bons livros e homens livres
E firmes e bons

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