Galvão

Poetisa

Galvão
Poetisa
Ouço o teu lamento
Sinto o teu ardor
Extravasando o tormento

Já quase sem jeito pra falar
Tu dizes da noite sem luar
Relatas os sonhos sem pomar
E a tua vontade de voar

Entendo, amor

A emoção se perdeu
O teu verso chorou
A chama se esvaiu
A vida é um poema incerto:
Não deve buscar no deserto
A inspiração que fugiu

Poetisa
Nos teus devaneios
Leio a tua dor
E a imagem dos teus anseios

Pressinto na tez do teu olhar
A taça de sonho singular
Que move o teu íntimo a bailar
E faz o teu corpo levitar

É isto, amor
A ilusão se rompeu
O teu estro pulsou
E de azul se vestiu

A vida é um poema aberto:
Pode ter o enlevo liberto
Num verso fértil que surgiu

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