Estação central
George volpsonNão lembrar do passado
E fazer de conta que não é comigo
Que as coisas acontecem?
Pode ser que só amanhã vou saber
Sem entender o que irá acontecer
Não posso prometer cumprir meu dever
Sem me arrepender pois sei que vou esquecer
Eu sei que não vai adiantar querer mudar o pensar
Só de falar sem desejar escutar
E deixar pra lá sem se importar
Com o meu real sentir e ouvir alguém sorrir aqui
Partir feliz sem mentir, unir em vez de dividir
Por que? O que posso fazer?
Sonhar? E se eu não quiser mais acordar?
A melancolia é vizinha da vaidade
Desejar o que não se tem
Ter o que não se pode
Pobre rotina de um pobre
Dar satisfação à sociedade
Ter que ser quem não se é
Óculos multicores
Multiseguidores, sucesso no instagram?
Sem escolha cometemos o pecado
Vinte e quatro meses parcelado
Nenhum motivo para estar errado
O tuíte que não foi retuitado
Tenho que levantar bem cedo
Apesar do medo do escuro
Eu procuro sem achar o que quero
E me desespero com o que vem pelo futuro
Por que? O que posso fazer?
Sonhar?
Pego a mala e chego na estação
Trago comigo toda a razão
Penso que, enfim, chegou minha hora
E onde está você?