Preta
Guardia nova
Rua, beco, viela
Passo por cima dos canos
Toda vida no teu encalço
Passo por cima dos canos
Toda vida no teu encalço
Eu te sigo pro samba
Nosso samba é doutro canto
Nosso jeito serve o senhor
Preta
Estrela negra absoluta
Preta
Eu daqui não vou sair
Pois o meu país é você
E teu coração, meu lugar
Preta
Fogosa locomotiva
Ativa as fibras que me enfeitam
Orgasmática pintura
Na pele tesa, a fissura
Usura nos trejeitos dela
Pesa a força dessa natureza, meu amor
Eu sinto fome do corpo
Teu prato insone
Clarividente certeza
De servir-te ali, na mesa
Nos cantos quentes da sala, na lavanderia fria
Consumir-te dia-a-dia
Afogando-me na boca
Rio, mar, saliva solta
Preta
Abrindo-se, despetalando-se
Que simplesmente arranha a pobre veste que é meu couro
Entre as pernas desenvolvo
Quente, novo nascedouro
Nasço, morro
Nos campos da minha fome
Mas silencio a fera, pouco a pouco
Nessa entrega
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