Nada
Guto motta
Olhando de cima, cai
O peixe fora d'água e morre
Olhando de dentro, sai
Voando pra novos horizontes
O peixe fora d'água e morre
Olhando de dentro, sai
Voando pra novos horizontes
De onde se deve olhar
Para enxergar a verdade?
Para o chão ou para o ar?
Para o rio ou para os botes?
Mas todo rio chega ao mar
E todo peixe já nasce sabendo nadar
E o tempo não para
Vai à vida iluminar
Com aquela chama que arde e extrapola
O tudo
E o nada
Se na ferida arde o sal
E na avenida brilha o poste
Se, na falta de um sinal
O mundo agora manda montes
Já não nos restam dúvidas!
Até a guerra pede folga!
Mais claro que isso, só
O sol da meia-noite
Tudo se pode transformar
Pois todo homem já nasce sabendo amar
E o tempo não para
Vai à vida iluminar
Com aquela chama que arde e extrapola
O tudo
E o nada
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