Tecelão

Punch! Zona Leste! Puch! Zona Leste
(Os cara gosta, né mano? Parece cocaína, mas é só hype)

Foda-se
Meus inimigos tão quietos demais
Fugiram da guerra
Sei lá, deve ser difícil falar com a boca cheia de terra
Vermes são essenciais pros meus versos em decomposição
Nem frequento cemitério mais, entro em um em cada aperto de mão
Deve ser por isso que me chamam de mala
Não é falta de educação
É por isso que eu perco a fala
Foda-se, mortos nem sentem emoção
Tão dizendo por aí que eu nem tenho mais alma
Claro que não, distribuí em cada som que escrevi, calma

Esse é o ano lírico
Pra mim é desde 2007
Mal rimam dentro do tempo do beat
São o futuro da internet
Eu também sou, mas não quero confete
Vim de um passado, fat
Esse som só vai pro CD porque não coube no disquete
Continuo o mesmo Hazec, talvez com mais cautela em prol visão
Sarcástico nas track, empregando rimas num cenário sem profissão
Colecionando folhinhas de improvisação, sem pó fiz são
Sem desperdiçar uma linha
Não sou mais MC
Sou o próprio tecelão

Dizem que eu tô metendo a mala, só que tão metendo o louco
Diz que tão metendo bala
Ah, vocês tão metendo pouco!
O problema é geográfico? Fala! Cês já passaram do limite
Estúdio dentro de casa e a rima fora do beat
Tô vendo nego subi com menos de 3 hits no game
Só que sem feat no frame, só com beat de name
Enquanto isso os cops matam mais um da gente
Com a desculpa do corte de cabelo pra descarregar o pente

Só farmacista de rua
Meus irmãos do canela já mandaram o recado
Não precisamos de medicina pra saber que as esquinas prescrevem cuidado
Presença na rua? Não é esse obstáculo
Se não me viu na cena é porque eu escrevo espetáculo
E essas minas falando em ponto G? Faço sentir o alfabeto
Esses moleque nem aprenderam a ler
Sexualmente analfabetos
Foda-se