Por todos meios necessários
Hebo imoxiUm pouco de poesia para as pessoas queridas
Não basta que seja pura a nossa causa
Não basta que seja justa a nossa causa
É preciso que se desamarrem todos os nós
Para que a pureza exista dentro de nós
A luta se refere aqueles que vieram e ficaram
Aqueles que conosco se aliaram
Muitos traziam inverdades e manhas
Sobras no olhar e intenções estranhas
Para alguns deles a razão da luta
Era só ódio e ânsia absoluta
Para outros era apenas uma bolsa vazia
E queriam enchê-la com sujidade todos os dias
Vós tendes ouvido muita música ilusória
Agora é hora de ouvirem do contador de estórias
Hoje não se debatem conteúdos, mas rótulos
E o meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos
Microfone político, o abraço revolucionário está de volta
Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles
Eu vou morrer no rap
Outros vieram e com eles um novo significado
Lutar para nós é ver o que o povo quer ver realizado
É ter a terra onde nascemos como nossa
Livres para trabalhar com as nossas próprias forças
Lutar para nós é uma ponte que separa o povo
Entre a descrença e a certeza do mundo novo
Na mesma barca nos encontramos nós
Todos concordam, vamos lutar hoje
Mas calma aí, vamos lutar para quê?
Alguém responde, vamos lutar para quê?
Para dar vazão ao ódio antigo que ainda não deixamos?
Ou para ganharmos a liberdade e ter para nós o que criamos?
Não vamos confundir os mais novos
A juventude é a força de todo um povo
A luta do meu povo me tortura e me sufoca
Não há democracia quando o povo vive com adesivos na boca
Microfone político, o abraço revolucionário está de volta
Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles
Eu vou morrer no rap
Não serei plateia desta sociedade doentia
Serei autor da história de todos os meus dias
Quem há-de ser o timoneiro nos dias de hoje?
Na mesma barca nos encontramos nós
Ah! As tramas que eles teceram sobre o povo!
Ah! As lutas que aí travamos pelo povo!
Mantivemo-nos firmes como a erosão
No povo buscáramos a força e a razão
Não há paz sem justiça e só ela se socializa
A revolução não se burocratiza
O povo tomou a direcção da barca da vida
Mas a lição lá está, foi aprendida
Não basta que seja pura a nossa causa
Não basta que seja justa a nossa causa
É preciso que se desamarrem todos os nós
Para que a justiça exista dentro de nós
Microfone político, o abraço revolucionário está de volta
Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles
Eu vou morrer no rap