Ini

A fúria do berço

Ini
E o que era eterno então rompeu-se
Pela fúria do berço
Não há como ir mais devagar
Cavando nas veias um espelho

Língua busca no chão lasca tua
Em que fenda você se escondeu?
Paraplégica raiva, em quem atirar
Quando a realidade sussurra?

E sob o zelo de outra mancha no lençol
Não dormem
Escancarados e secos
Olhos, coração.

E as memórias que ainda rangem
Estilhaçam o silêncio em teu ventre
Que solitário transborda,
Colo vão.

Pequena, por onde tens tropeçado?
Com a boca seca e de pau duro
Eu me sinto mais deslocado.

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