Irion martins

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Irion martins
Esse teu cabelo crespo
Já ouviu demais
Mas continua armado
E ao mesmo tempo em paz

E se alguém perguntar por que ele tá em pé
Diz que a resistência é grande
E nunca dá ré

Essa tua história de muita luta
Continua viva ano após ano
Mas eles dizem que não há dano
Que o racismo é engano
E que essa cultura linda
Vai para além do profano

(Isso é engano)

Julga o negro de insano
E diz querer santo
Me diz se o professor do amor
Pregaria o desamor
Tem certeza? Ele mesmo? O próprio autor
Tu já parou pra pensar que ele pode ser dessa cor?

Negro, eu te vejo firmando laços
E penso que o mundo tem jeito
Eu vejo a 'senzala' adentrando espaços
Não como escrava
Mas como engenheira

Eu te vejo nas novelas, no fut, na música
Mas também vejo a tua luta
Contra o ódio disfarçado
De uma simples pergunta

É, não tem jeito
A Casa Grande surta!
Aqui no Brasil não existe isso de racismo
Os portugueses nem pisavam na África os próprios negros é que se entregavam como escravos
Mito!
Mitou tanto que já entrou pro folclore brasileiro

Deixa o negro decidir o que é que é o preconceito
Porque não é você que é julgado pelo cabelo
Entende de uma vez que cota é equidade
Não culpe ela por não ter ingressado em nenhuma faculdade
(Nenhuma faculdade)
(Cota é equidade)

Esse teu cabelo crespo já ouviu demais
Mas continua amado
E ao mesmo tempo em paz
E se alguém perguntar
Por que ele tá em pé
Diz que a resistência é grande
E nunca dá ré

E se for pra trabalhar sem troco, de novo
Que seja na busca por paz
E não abaixa essa cabeça nunca
Senão a coroa cai

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