Ivair vilera martins

Triste sentimento de peão

Ivair vilera martins
Sou um caipira matuto sempre morei lá na roça,
Meu rancho é muito antigo, e lhe chamam de palhoça.
O meu curral é pequeno, ele foi feito de bambú,
As minhas vacas de leite sempre foram coisa bem pouca / bis
Mas são elas que sustentam umas cinco ou seis bocas.


Tenho um carro de boi que já está abandonado,
Em um canto lá do sítio ele fica encostado.
E o som de suas rodas ao longe ouço rangendo
Mexe com meus sentimentos e no peito vai doendo.
Só ficou grande saudade que hoje já não ouço mais / bis
Só eu mesmo sei a falta que isto tudo me faz.

Refrão
O progresso é bom, não tem outro jeito
Nos deixa grande saudade e machuca nosso peito
Acabou com o sonho das tropeadas de peão
A luz elétrica acabou com o luar do meu sertão.


O meu cavalo ruando também sente a saudade
Das suas longas caminhadas que fazia até a cidade.
Minha cela mexicana no paiol tá pendurada,
Também sente o abandono alí toda empoeirada.
E o meu laço de couro que até não abre mais / bis
Está todo endurecido pelo longo tempo que faz.


Sou um caipira matuto não tem como eu mudar,
Eu morei por muitos anos sobre a luz do luar.
Já cavalguei muitas léguas enfrentando poeirão,
Para entregar boiada neste meu grande sertão,
Enquanto hoje toda aquela boiada / bis
Viaja de caminhão, rodando pela estrada

Refrão
O progresso é bom, não tem outro jeito
Nos deixa grande saudade e machuca nosso peito
Acabou com o sonho das tropeadas de peão
A luz elétrica acabou com o luar do meu sertão.

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