A fé que me resta
J filhoE essas doses de dor que misturei com bebidas me fizeram compreender
Que o ódio que guardei no peito foi só medo de me corromper
A gente já não conversa há uma cota e eu não espero que possa entender
Porque meus pecados são puros, as boas ações são por puro egoísmo
Sei que já pequei tentando manter o sorriso de alguém talvez por instinto
Já as boas ações, se não envolvessem interesse, eram só por capricho
Os cegos se espelham em mim porque se enxergassem veriam que sou um lixo
É assim que me sinto, caí nesse abismo e vago até hoje no vale das sombras
E quando me deito, levanto cansado, o espírito já não descansa
Não posso deixar que os meus erros façam com que esse vazio tome conta
Nessa luta tô quase sendo derrotado, então por favor me dá esperança
Não importa o quanto eu seja persistente, isso uma hora cansa
Não importa o quanto eu me esforce, no fim me vejo caído na lama
E aquela voz que costumava dizer: Lute, já não diz: Levanta
Preciso de fé, porque passarinho com as asas quebradas não canta
Não deixe o pouco de fé que me resta acabar nessa vida louca
Ainda tenho uma missão a cumprir aqui em Sodoma e Gomorra
Eu cresci na escuridão e sei que as chances de eu me tornar luz são bem poucas
E se o vazio tomar conta na ausência de fé, é provável que eu morra
Quanta merda eu já ouvi de gente mais suja que eu
Que por pouca coisa como puta se corrompeu
Eu sou o mesmo neguinho que veio da rua e não se vendeu
Que ainda tá na luta guerreando pelos seus
São 03:00 da matina, outra noite em claro, sozinho nesse breu
Sempre me perguntando o porquê que o Vitim morreu
Onde minha fé se perdeu? Quando o mal me corrompeu?
Olho no espelho e já não me conheço, me diz o quê que aconteceu?
Pois, meu velho, eu ando calado e 3 anos atrás eu nem fumava
De um tempo pra cá, remédios controlados me atrasam
Eu venho paquerando a morte, talvez possa conquistá-la
Essa noite vou ingerir uma alta dose, fi, vai ser tudo ou nada
Tô afundado em pecado, e aos céus não nego
Sinto que tô na contramão a mil quilômetros por hora rumo ao inferno
Dizem que o fogo purifica, às vezes lá eu me liberto
Que merda, não sei como orar igual antigamente, restou ser sincero
Não deixe o pouco de fé que me resta acabar nessa vida louca
Ainda tenho uma missão a cumprir aqui em Sodoma e Gomorra
Eu cresci na escuridão e sei que as chances de eu me tornar luz são bem poucas
E se o vazio tomar conta na ausência de fé, é provável que eu morra