J sousa

Senadores jogados em açude

J sousa
Certa vez uma avião
Cheio só de senadores
Lá de brasília saiu
Com destino ao interior
Com meia hora de vou
O piloto desmaiou
E o avião caiu
Perto de belo horizonte
E apenas um homem viu.

Esse homem era um matuto
Que estava trabalhando
Numa roça de algodão
Da qual estava cuidando
Quando o avião caiu
Foi ele o único que viu
Ninguém mais havia perto
Ninguém pôde observar
Porque aquele lugar
Era um tanto deserto

Quando o matuto viu
A queda do avião
Se aproximou pra perto
Pra ver a situação
Aí disse assim sozinho:
"Oh meu Deus, morreu tudinho
E agora, o que vou fazer?
Já que eu não posso enterrar
Vou no açude jogar
Para as piranhas comer!"

Aí pegou os senadores
E de um em um jogou
Num açude ali perto
Depois pra casa voltou
E quando chegou em casa
Assou um peixe na brasa
E com farinha comeu
Aí todo satisfeito
Foi contar ao prefeito
O fato que ocorreu.

Selou o seu jumentinho
E desabou pra prefeitura
Para informar ao prefeito
Aquela tragédia dura
Na prefeitura chegou
Pediu licença e entrou
Com a cara de cacete
E bastante satisfeito
Foi falar com o prefeito
No seu próprio gabinete

Chegando no gabinete
Disse ao prefeito biu:
"Seu prefeito, um avião
Ali na ponte caiu,
E assim que avistei
Pra perto me aproximei
E confesso ao senhor
Que enquanto observava
Notei que o avião estava
Cheinho de senador.'

Aí eu fiquei, prefeito
Sem saber o que fazer
Vendo os homens tudo morto
Peguei comigo dizer
Com o coração dando tum tum
Meu Deus, não escapou um
Aí eu fiz o que pude
Não podendo carregar
Nem tendo aonde enterrar
Joguei tudo no açude!"

Quando o homem disse isso
O prefeito lhe falou:
"Era só homens ilustres
E você não reparou se algum vivo estava?
Enquanto você jogava
Não notou se algum dava
De vida alguns sinais?"
O homem disse: "patrão
Uns três levantaram a mão
Mas não acreditei não
Político mente de mais!"

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