O balseiro
Jean carlos girelliLá vai o balseiro, não enverga o taquaruçu
Nessa estrada que vai até o rio
Eu levava minha mercadoria
Naquela época com carro de boi
É Capanema que florescia
O balseiro sempre muito paciente
Nos ajudava no que precisava
E aquela Estrada do Colono
Prosperidade pra gente traçava
Depois de atravessar o rio
Era só mata que a gente enxergava
Com passarinhos cantando ao redor
De vez em quando um quati avistava
Momento algum na floresta eu entrei
Sequer um dia um inseto atropelei
O meu sustento passava naquela balsa
Dinamitada em nome da lei
Por muitos anos falaram nos palanques
Que a estrada iriam reabrir
Nos enchiam de esperanças falsas
Mas era só para os votos conseguir
Por outro rio nos ligaram aos hermanos
Mas é um trecho que não dá pra confiar
E o balseiro com lágrimas nos olhos
No Iguaçu canta triste o seu pesar
Lá ia o balseiro atravessando o Rio Iguaçu
Lá ia o balseiro não envergava o taquaruçu