Prá aqueles que tem raiz
Jean kirchoffFoi templada em campereada
E sem muita pretensão
Eu desfraldo minha armada
Pouca rima teu meu verso
De lirismo quase nada
Mas porém nas entrelinhas
Não me perco na volteada
Escrevendo sobre a perna
Com um papel no tirador
Fiz poema nas mateadas
Pra cantar cantador
Pois o traço é de campo
Nesta escrita redomona
Porque a lida é a vertente
Que deságua da cambona
Hoje a cor que tem meus olhos
É da inspiração que vem
Muito embora assim no negos
Mostra a cor que o pasto tem
Se em meus olhos se reflete
O clarão da lamparina
Trago o campo espelhado
Verdejando na retina
Meu poema é como o vento
Que descamba o pé da serra
A dizer pros hemisférios
Que aqui o touro berra
É pra algum metido a gringo
Que a ela não agrade
Eu lhes digo que escrevo
Pra gaúchos de verdade
Nesta lida de poeta
Nunca vou bolear a perna
Porque a minha poesia
Para poucos é eterna
Trago a pátria entrelaçada
Nestes versos que eu fiz
Eu lhes digo que escrevo
Pra aqueles que tem raiz