João araújo

Memórias da imprensa

João araújo
E sucumbiu, banhado de sangue por todo lugar
O culpado sumiu mas vive na boca do povo a girar
Gerou uma mistura de notas na folha tão branca do semanário
Seguia pelos peixinhos
Olha a onda gigante
Vende-se
Mais um carnaval

O moço partiu do jeito que veio sem ninguém notar
E o prelo tingiu um festim de palavras pra homenagear
Igreja inaugura uma nova e humilde
Empresa de corrupção
A vítima tinha um filho
Animal leiloado
Futebol é a nossa paixão

Ninguém nunca viu uma mãe num estado sem consolação
A foto saiu preta, branca, vermelha e sem resolução
Polícia prende
Cultura
Assista à novela
É uma emoção
Morre um trabalhador
Desfrute o sabor da cerveja nesse verão

Ando por aí à solta e lépida como nunca debochando do mundo
Encontro-me a passear nos carros conversíveis
A beber e a gargalhar em ilhas privadas, nos países, nos continentes
Herdei o registro do beijo que judas iscariotes eternizou
As minhas origens apontam para desde antes de caim chegar a nod
Levando consigo o destino nômade dos homens
Detenho o gérmem mais antigo da evolução dos hominídeos
Dos gorilas, dos primatas, dos bichos
Sou irmã das tentações e mulher de todos os interesses
Eu sou um vírus, uma essência venenosa, uma infecção moral
Cresço com as ações dos homens
Incrusto-me nas suas mentes
Contudo, nem sempre o meu nome é mencionado com clareza

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!