Herança de um carreiro
João mineiro e marcianoMeu pranto na face, desliza depressa, lembrando o passado
Porque quando ouço falar de um carreiro
Lembro do meu pai com seu drama inteiro
E o carro de boi com seu canto chorado
São coisas que ficam na mente de alguém
Que venceu na vida, estudando que foi
Mas graças ao pai que lutava por isso
Estudar o filho era o compromisso
Que ele assumiu com um carro de boi!
Se hoje eu tenho um carro bonito com luxo e conforto
Rodando macio e correndo na estrada com porte de nobre
Herança sublime de um carro cansado
Um carro de boi triste, empoeirado
Também não esqueço meu berço de pobre
Comparo a história que acabo de ouvir
Com a minha história, começo da vida
Desperta no peito uma dor que me mata
Enquanto a lembrança o passado retrata
Trazendo a saudade da infância querida!
Meu Deus se eu pudesse voltar pelo tempo buscava depressa
O carro de boi e o meu velho pai carreando na estrada
Seria tão bom se meu tempo voltasse
Não teria pranto correndo na face
Mas sei que de tudo não resta mais nada!
O que me consola é saber que existe
Histórias iguais por aí, certamente
Pessoas que tem o diploma na mão
Verão que é certa minha afirmação
Que o carro de boi diplomou muita gente!
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