Joãozinho aboiador

Cheiro da casca da madeira

Joãozinho aboiador
O caminho do vaqueiro é todo torto
Trabalhando direto sem parar
Não possui uma casa pra morar
Quando arruma é um canto sem conforto

Quando ganha um bezerro é quase morto
Manquejando muito fraco e gogó fino
Ele vê que o patrão é tão suvino
Que responde: Não quero essa porqueira

Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

O vaqueiro é disposto e é valente
De manhã toda vez que o galo canta
Faz o pelo sinal e se levanta
Depois toma uma dose de aguardente

Pega tudo que passar em sua frente
Seja gado nelore ou turino
Imitando o finado virgulino
Com um revólver na cinta e uma peixeira

Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

No opende se deita numa rede
O cavalo amarrado na esquina
Um gibão fedorento a creolina
Pendurado no torno na parede

Meio dia o rebanho sente sede
Vai beber mas quem tange é um menino
Um garrote aleijado e pequenino
Acompanha a novilha corredeira

Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

O vaqueiro é honrado, bravo e forte
Pra amarrar burro brabo dando poupa
Guarda peito e gibão na sua roupa
E o cavalo lhe serve de transporte

Na caatinga fechada enfrenta a morte
Só recorre ao poder do Deus divino
Usa mais o chocalho boca de sino
Na garupa da sela roladeira
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

Um garrote zebu da cara preta
Pula a cerca assentada na jurema
O vaqueiro derruba e acabrema
Depois bota no bicho uma careta

Seu tempero é pimenta malagueta
Aguardente o aperitivo fino
Quando sente que o corpo está mufino
Seu remédio é um chá de catingueira

Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

Travessei o pinaco do sempestre
Fui parar bem no meio da mata virgem
Onde nasce a coragem e a origem
Do vaqueiro valente do nordeste

Boiadeiro pião cabra da peste
Arranhão pede coisa a teu destino
Sem temer a carranca do purino
Mororó, xiqui-xiqui ou quixabeira

Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino
Sinto o cheiro da casca da madeira
No gibão do vaqueiro nordestino

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