Mistério
Jorge camargo
Quem tem todos os nomes
E ao mesmo tempo nome algum
Que em tudo põe limites
E cujo limite é nenhum
E ao mesmo tempo nome algum
Que em tudo põe limites
E cujo limite é nenhum
Quem vai além da oposição
Entre o que tem e não tem fim
Que sai em direção a tudo
E permanece em seu jardim
Tentar saber seu nome
É navegar na imensidão
Do mar que está dentro de si
É mergulhar no coração
E ao mesmo tempo se deixar
Sair além do próprio eu
Render-se por inteiro àquele
Que a alma insiste em chamar Deus
Acima de todo o saber
De todo o crer toda a razão
Além de toda a compreensão
De todo o esforço sério
De toda a investigação:
Eis que habita em nós…
Eis que habita em nós…
Mistério!
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