A palavra
Jorge freitasSugere discernimento
Nos entre rios
Da emoção
De descrita ou presumida
Traduz vontade luzida
De quem aguenta o tirão
Pode ser mais extremada
Pode matar de emboscada
Se o rumo se contradiz
Quase tudo ou quase nada
Corta o mal pelo fio da espada
E corta o mal pela raiz
Palavra é bala no vento
Que o pensamento encartucha
Palavra quando vazia
Se perde pela quantia
Se carece de atenção
Porém urbana ou campeira
Bem colocada a certeira no sol
Na imaginação
Se o mundo redescobrisse
Tudo que já se disse
Verdade sem omissão
A palavra é grosseria
Promotora de alforria
Num tempo de comunhão
Palavra é bala no vento
Que o pensamento encarducha
Às vezes por perquerrucha
Se desconhece o veneno
Também carregas sereno
E mata as sedes da alma
Por isso é preciso da alma
Pra que a espoleta batida
Saiba de morte ou de vida
Pela visão da garrucha
Palavra é bala no vento
Que o pensamento encarducha
A palavra
Que o pensamento encarducha