José fortuna

Carreiro velho

José fortuna
Carreiro velho
Carreando o carro antigo
Você foi meu grande amigo
Nos tempos que já passaram
Carreiro velho
Corre como a correnteza
Revirando a natureza
Você fez seu calendário

Carreiro velho quantas marcas pelo chão
Deixou seu carro pelas brenhas do sertão
Foi o seu carro que embalou a minha infância
Ecos que o tempo fez perder-se na distância
Pelos buracos de suas rodas no estradão
Saía o canto aborrecido do cocão
Hoje em seu peito pelas fendas da idade
Sai tristemente a melodia da saudade

O tamueiro, tirantes de couro cru
A sua esteira nos fueiros de bambu
De guarantã eram as cangas parelheiras
Em cada ponta dois canzis de aroeira
Seu dicionário onde eu for, comigo vai
Porque o carreiro foi você, meu velho pai
Sempre carreando me fez homem estudado
Eu te agradeço por me dar teu nome honrado

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