Lamento nordestino
José fortuna
Quando o sol causticante secar a cacimba, transformando em brasa vasta região
Nada resta de umidade a não ser o pranto, que do nordestino rola pelo chão
Seu olhar se perde muito além, lá do céu a chuva nunca mais vem,
E triste o nordestino vai dormindo aqui, parando ali, na areia quente das estradas
Até que sem vida um filho cai, lá deixa uma cruz fincada
E nada mais, beirando a estrada, só se vê desolação, de seu sertão
Só traz de verde a esperança de ainda encontrar nas trevas alguma luz
Que possa tornar mais leve a sua cruz
Nada resta de umidade a não ser o pranto, que do nordestino rola pelo chão
Seu olhar se perde muito além, lá do céu a chuva nunca mais vem,
E triste o nordestino vai dormindo aqui, parando ali, na areia quente das estradas
Até que sem vida um filho cai, lá deixa uma cruz fincada
E nada mais, beirando a estrada, só se vê desolação, de seu sertão
Só traz de verde a esperança de ainda encontrar nas trevas alguma luz
Que possa tornar mais leve a sua cruz
Quando a brisa da noite balanceia os galhos, como um espectro que ronda o sertão
Vento que traz em seu canto, a melancolia de dias piores e desolação
Uma estrela morta do céu cai, lá na estrada alguém a soluçar vai
É o vulto de alguém que no sertão deixou seu lar, para iniciar a sua longa retirada
Milhares de léguas de solidão, em busca da grande terra da promissão
Chegando à terra que sonhou, chorando vê que tudo é mera ilusão
E desenganos, sem forças já não consegue voltar pra lá, agora somente a morte o salvará.
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