Chaminé dos campos
José fortuna
Naquele sítio bem pertinho da cidade
Me lembro bem, as oito e dez o trem passava
Ele saía da estação as oito horas
E dez minutos até o sítio demorava
Sua chaminé cortando os campos era o aviso
Que eu devia ir correndo para a escola
Tomava a bênção da mãezinha e ia embora
Levando os livros e meu lanche na sacola
Me lembro bem, as oito e dez o trem passava
Ele saía da estação as oito horas
E dez minutos até o sítio demorava
Sua chaminé cortando os campos era o aviso
Que eu devia ir correndo para a escola
Tomava a bênção da mãezinha e ia embora
Levando os livros e meu lanche na sacola
A chaminé dos campos
Não passou mais, pelos meus sonhos de menino
Com o peso dos anos
Ela parou na estação de meu destino
Sua fumaça parecia um cinto branco
Enrodilhado na cintura da colina
O seu apito espantava os passarinhos
E acordava a avestruz pelas campinas
Passou o trem, cobra de fogo atravessando
Curvas e serras, matas, pontes e barrancos
Trazendo folhas amarelas dos sertões
E muito pranto de adeus sobre seus bancos
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