Marapé ii
Jota erreMeu bairro tomado
Por uma pá de sobrado
Só não sobrou pra mim
A maioria dois andar
Um rico dentro
Saí de canto pro centro
Lá vou eu pro aluguel, é cruel
Não me perguntaram o que era pra fazer
A malandragem se espreme mas num deixa de ser
Quem sobrou na HP
Tiago, Manuca, cadê
Com Marquinhos, Luciano, a fogueira não queima mais
Como em anos atrás
Em que conversas duravam
Até o dia raiar
Agora faz ecoar, faz ecoar
O bairro é nosso, caralho
Mas não vai sobrar nada
Ficaram muros pixados
E na memória cravada
No peito de quem sobrar
Pra contar a história
Da ilustre escória
Que fez o asfalto pulsar, que fez o asfalto pulsar
Hoje em dia você pode morar lá
E sei que tem vontade de ser
Eu ia pra praia a pé
Ou de magrela tomada
Tomara que a molecada
Entenda o que fiz
E respeite a raiz
E não enterre em lama
A vontade insana
De defender teu nome
.....Marapé
Minha casa agora é longe
Mas o coração não esconde
A vontade de voltar
Pra tua união verde-rosa, tua prosa no bar
Que faz a madeira cantar