Juá

Palhaçada em ré menor

Juá
Um trovão de aplausos/ no palco o artista segue à
Risca os ensaios do acaso/ que recompõe a vida/
Brilha em holofotes/ nos olhos condenados/ na boca
Amargurada/ do forte operário/ que com zelo e
Muita graça/ faz a sua parte/ transcende enquanto
Alma no instante em que incorpora a arte

Vou brincar num trapézio sem rede/ contente

Todos seus sorrisos pintados em/
Cada verso/ em cada esquina
Matam mais um pouco a cada dia/
Entre o universo/ e duas rimas

Num trôpego laço/ a vida e a arte se misturam como
O ser e o personagem/ como as cores e a imagem/
Como a luz o palco o ator/ o fogo e a fumaça/ a
Graça e a desgraça/ a obra e o pintor/ todo mundo
Inda duvida não se sabe se a vida imita a arte ou
Se é a arte que imita a vida

Vou brindar num copo de tempestade/ bem-vinda

Todos seus caminhos traçados/
Pelo destino/ ou por muralhas
A todo preço buscam a felicidade
Num bom tropeço/ ou na realidade/
O cortinado se fecha

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