Mal secreto
Júlio cápria
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
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