Um canto À pampa que canto
Julio saldanha
Tu és o potro aporriado que não se deixa encilhar
És tropilha de bagual corcoveando campo afora
És "rintintim" de espora do gaúcho pacholento
És a chuva e o vento, tu és o orvalho da aurora
És tropilha de bagual corcoveando campo afora
És "rintintim" de espora do gaúcho pacholento
És a chuva e o vento, tu és o orvalho da aurora
És o grito de "se vieram" numa cancha de carreira
És o café de chaleira na cambona enfumaçada
Essa tortura da estrada que vai e vem o tropeiro
Tu és o próprio campeiro voltando da campereada
Tu és a canha que eu bebo numa bodega de estrada
Tu és a picanha assada no braseiro de galpão
És cuia de chimarrão agarrada com carinho
És china que com jeitinho sabe prender coração
És pra mim sempre a querência que um filho jamais esquece
Que te eleva numa prece entre meio a um acalanto
Tu serás sempre este manto que cobre a coxilha mansa
É o Rio Grande que se lança num canto à pampa que canto
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