Minha raiz
Junair josielEu me lembro com saudade de minha velha roça
Do paiol e a velha tuia, feita de madeira grossa
Do barracão que eu guardava, os apetrechos
Que usava, arado, canga e carroça
Ali tinha quase tudo, do que a gente precisava
Juntos de bois de primeira, que a gente mesmo domava
Umas vaquinhas no pasto um queijo bom não faltava
Nunca faltava serviço, e o melhor de tudo isso
A fome lá não chegava
Embora o cabo da enxada, fazia calo nas mão
Era bem recompensado, porque não faltava o pão
Molhar a pestana cedo, pra gente era diversão
Quando o galo cantava, da cama a gente pulava
Pra cuidar da obrigação
Lindas águas cristalinas, lá no riacho abundante
Pura, limpinha e sadia, sem larvas contaminante
Gelada por natureza pra saúde era bastante
Quando a chuva faltava, sem cano a gente irrigava
O arrozal na vazante
Mais tudo aqui na cidade tem seu devido valor
Não é por eu ser caipira, que eu vou ter tudo inferior
Encontrei gente decente, que me acolheu com amor
Em parte aqui sou feliz, embora a minha raiz
É fincada no interior