Karmas e dna

Multiverso

Karmas e dna
Eu fui meu pai
Nessa vida cedo aprendi viver
Não tive muitos brinquedos
Eu tive que escolher
Era trabalho ou miséria
Era fome ou diversão
E sorrir para as desgraças
Era a única opção
Minha mãe sempre dizia
Você tem que encarar
Os desafios da vida
É necessário lutar
E assim eu fui fazendo
Desde que ela me deixou
Assim vou sobrevivendo
Com o que ela me ensinou

Em quantas cidades temos que cantar
E andar só, andar só
Em quantos lugares temos que pousar
E cantar só... Cantar só

Desde cedo eu fui roubado pelo meu próprio país
Que promete pão mas pedras
É o que distribui aqui
E a comédia “pão e circo”
Vai seguindo pelas ruas mascarando uma verdade
Fria, pobre, nua e crua

Em quantas cidades temos que cantar
E andar só, andar só
Em quantos lugares temos que pousar
E cantar só... Cantar só

O sino da liberdade nunca vai silenciar
No mesmo tom, de dó a sol
O governo da cidade não vai mais me explorar
Das cinzas as cinzas
Do pó ao pó

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