Divã azul

Quando a noite cai
No buraco vazio da mente
Não há quem não sente
No divã azul

Se tamanha façanha
Te der nas estranhas
Vontade de beber
O sumo do mandacaru

E se tu embolá
Procurando perder o sufoco
Descansa teu corpo
No divã azul

Não hesite, existe um atalho
Que leva ao acaso
Do gume cortado do mandacaru

Se tu troca o jaleco alvejado
Num santo de barro
Feito lá no alto de caruaru

E se esse santo desse por engano
Metade de um plano
Bem arquitetado
Num divã azul

Mas se esse santo te der por engano
Um saco de pano
Pra trazer muamba de caruaru

É quando a noite cai
No buraco vazio da mente
Não há quem não sente
No divã azul