Mãos atadas
Kleber serradoÉ caça e caçador faca amolada
Cadeia alimentar da sobre-vida
Um punhal cravado pelas costas, querida
A ganância dos homens é opulenta
Sem dó a ferro e fogo sem compaixão
A justiça pra quem tem dinheiro é nojenta
E pra quem não tem advogado a reclusão
Inocente ou não
Vejo que estamos de mãos atadas
Amordaçados em frente a televisão
Diante de uma guerra fria e desvairada
Pra manter o povo sem informação
E vender o seu voto por muito barato
Uma lata de leite um pacote de arroz ou feijão
E assim exercer o poder do peculato
A verba pública que é por direito do cidadão
Óh não...
Dizem que brasileiro não desiste nunca
Isso é papo furado meu irmão
Ah se os políticos levantassem as bundas
E fossem nas favelas nos hospitais públicos no sertão
Se tivessem coragem de subir o morro
Em troca de tiros pavor, polícia e ladrão
Se vissem as criancinhas pedindo socorro
Com os pés descalços sangrando no lixão
Óh não...
Não se é gigante pela própria natureza
És belo és forte impávido colosso
Se eu teu futuro espelha essa grandeza
E essa gente aqui roendo o osso
Se ergues da justiça a clava forte
Verás que o filho teu não foge a luta
Nem teme quem te adora a própria morte
Resiste a fome e a fé na força bruta
Óh não...