Jardim de concreto
LavapéPlantei idéias num jardim de concreto
Colei os cacos da minha esperança
Tranquei a porta da intolerância
Jurei a paz aos meus inimigos
Vesti a melhor roupa da minha alma
Fiz da verdade meu único abrigo
Descansei no inferno sem perder a calma
Mas isso não mudou
O meu jeito de agir
Não mudou
O meu jeito de pensar
Não mudou
O meu jeito de olhar e procurar algo de bom
Em você
Jurei a paz aos meus inimigos
Vesti a melhor roupa da minha alma
Fiz da verdade meu único abrigo
Descansei no inferno sem perder a calma
¬¬
Eu já vivi
Como palhaço de um circo sem platéia
Como autor que não tem mais idéias
Como otimista incoerente
Como pé, descalço sobre o asfalto quente.
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Como prata que perdeu o brilho
Como resto que se joga aos cães
Como mãe a quem se nega o filho
Como filho a quem se nega a mãe
Já fui o ouro, o tolo e sábio paspalho.
A lenda, a fenda,
E o corte da espada da morte.
A praga e a peste lenta
Que esquenta o corpo e gela a alma
A calma que se esvai
Quando sangra a juventude
E a atitude enfurecida
De quem perdeu a sorte
A pedra, a flor, o passo e o cansaço.
A vida e a jóia obtida pelo roubo
O muito,o pouco
O fruto e o bagaço