Filho de gal
LiégeSão iguais aos seus, eu sei
No meio das minhas pernas
Moram muitas ideias
E você gosta delas, não é?
Que pareciam ser vazias
Ser matéria reduzida na revista
Pra quem tem o bolso em farrapos
Ser um caso marginal
É, demorou, mas olha aqui
Minhas garrinhas de fora
Estampando um épico jornal
Por beijar uma igual
E esqueça o meu sexo frágil
E me veja com meus pêlos e casos
Tenho garras, tenho pele
Posso ser açúcar e sal
(E não me leve a mal)
Meça as suas palavras
Que agora eu sou a tal
E não me calo não
E não me calo
E não me calo não
Vai ecoar o meu grito
Para além do infinito
E você vai ouvir
É, e você vai ouvir
Histórias de garotinhas
Numa nova versão
Sem castelo de ilusão
Dando a cara a tapa
Arrancando as farpas
Querendo ser apenas o que sempre
E esqueça o meu sexo frágil
E me veja com meus pêlos e casos
Tenho garras, tenho pele
Posso ser açúcar e sal
(E não me leve a mal)
Mereço ser como tal
Ou pari mais um filho doente
Pra melhorar o que vem depois
Deixar um rastro do ventre
Que desce um olhar a quem?
E se for um menino
Será o homem que quiser
Será sempre um menino
Mesmo num corpo de mulher
Ser um filho de Gal
Eu canto o momento
O que vejo nesse tempo
Onde o amor é censurado
E o crime é legal
Tanto movimento
Nesse mundo é quem me recebeu
A mulher, rotulada, discriminada
Infernal, o meu nome é Gal
E esqueça o meu sexo frágil
E me veja com meus pêlos e casos
Tenho garras, tenho pele
Posso ser açúcar e sal
(E não me leve a mal)
Mereço ser como Gal
Sensual como Bey
Transgressora como Gal
Empoderada como Gal
Agora eu sou a tal
Natural como Gal
Açúcar e sal
Infinita como Gal
Serei o filho de Gal
Eu sou o filho de Gal