Los camangos

Mágoas do rio

Los camangos
Quando o Uruguai estiver cheio e mui barrento
Dando a impressão que vai levar tudo por diante
As águas sujas violentas indo embora
Às suas margens natureza é só lamento
É tanta lágrima, é choro, é tanto pranto
Que até o vento não consegue mais soprar
E na nascente onde és a cabeceira
Faz tanto frio a chuva é tanta prá levar...

(Eu te confesso, velho rio, peço desculpas
Eu sou costeiro, sou poeta, sapucay
Eu sou balseiro, ainda vivo nas barrancas,
Eu sou feliz, eu sou amigo do Uruguai...)

No outro dia bem cedinho o sol desponta
Atrás do morro como igual ninguém já viu
Sou bem igual a passarada que gorjeia
Pedindo que não vire as costas para mim
Te peço ajuda agora eu que te preciso
Prá onde vou tu sabes bem que também vais
Mas se quiseres visitar outro costeiro
Tem minhas águas que te leva e que te traz...

Quando eu chorar a minha mágoa te prometo
Te ser fiel e retornar junto ao meu leito
A tua balsa conduzir na calmaria
Como se fosse minha cama onde me deito
É minha raiva, é desabafo, é meu protesto
Sigo à Deus igual a Ele ninguém faz
Eu só levei o que tu fez porque és homem
Mas te dou peixe te dou praia, te dou paz ...

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!