Matamba, o sonho de uma rainha
Lucas donato
Desperta, rainha n'zinga, matamba
Nas folhas de um sonho a minha lembrança
Negra era a noite nessa imensidão
Cruzei o mar da ilusão
Africanizei o meu destino
Aportei no cais e conheci a dor
Ao som dos tambores, festejos, louvores
Ôôôô
Nas folhas de um sonho a minha lembrança
Negra era a noite nessa imensidão
Cruzei o mar da ilusão
Africanizei o meu destino
Aportei no cais e conheci a dor
Ao som dos tambores, festejos, louvores
Ôôôô
Reluz a riqueza, cortejo de luz
O brilho do olhar conduz
O vento alastra, acende a chama na candeia
Vai trovejar, tem Lua cheia
Pembelê, matamba, ela é oiá
Ilu ayê, oiá
Óh mãe guardiã, senhora do fogo
Trouxe esperança ao nosso povo!
Segui por caminhos que não temia
Ouvi o som da floresta ao entardecer
Um suntuoso palácio, onde reinava o axé
Eu de joelhos lhe peço perdão
Corre em seu rosto um pranto de amor
Negra mulher, é ela
D'bantu ou da favela
Canta Engenho da Rainha
Meu fio de contas, meu kelê
O vento que sopra e limpa avenida
É de ginga, é de Angola, ê!
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