A balada da volta
Lucas ramosSou mais um contrariado nesse mundo tão feroz
Vi as pessoas morrendo e lutando em vão
Esperando por aquilo que jamais receberão
O que é virtude quando tudo é premeditado?
Quando a luz no fim do túnel é um trem desgovernado?
Mas com isso não pretendo já dizer o que não sei
Aprendi o bastante, um messias não serei
Um ódio muito grande encontrei na desigualdade
Foi a minha alma inquieta cheia de ingenuidade
O que sei é que preciso enxergar o que não vejo
Assassinar o meu orgulho e a vaidade no meu desejo
Porque é muito fácil mesmo repetir o que alguém
Envenenado por bondade inventou pro nosso bem
E ontem eu sonhava, hoje eu vejo gente morta
O realismo é tão grande que o coração não suporta
Se eu sou mais um robô, eu não sei, sinceramente
Ainda amo e respiro e vivo como toda a gente
Continuarei com a angústia, a impotência e o desagrado
Prometi a mim mesmo: Não serei jamais usado
Já me senti manipulado contra toda a razão
Quando a desgraça surge não me vem outra visão
O homem bom e o homem mal são fantasias que criei
E altruísmo é uma palavra tão sem nome quanto lei