Escravo da caneta
LucasapiensMei desnorteado, norte ou sul, pronde vou?
Ir a favor, favor do sopro ao vento
Causar leve atrito pelo som passar calor
Mas antes de emanar, mano, to absorvendo
Me observei tão frio, como um Lucas ao relento
Falar é fácil, digo, temos que fazer
Quero pregar consciência, não escrevo por lazer
E sempre me falaram: Lucas, rap é só um hobby
Vende suas letras que até cobrar cê pode
Mas vê se cresce logo, sai do espelho do banheiro
Seja alguém na vida, concursado ou engenheiro
Se eles entendessem que não corro por dinheiro
Preciso dele sim, mas morro por causa nobre
Te ofertam o que podem e se meu sonho não tá lá?
Quero estudar é pra ter conhecimento
Não faço currículo pra servir de armamento pro sistema
Talvez não derrubemos, mas não aceito esses problemas
Rico enriquecendo e os sem comida sobre a mesa?
Lucas, é esforço, mérito, puxa as ficha e os inquérito
Concordo com os encosto, mas não serve de remédio
Pra essa doença que corrói, a consciência se destrói
Além do atraso em anos, nem acesso ceis tão dando
E de dano em dano sofrido pra uns só sobra cano
Escolas esquecidas, polícia opressora
Não generalizo, minha mãe é professora
Meu vô foi militar, mas no geral como tá?
Uns saem da miséria, a maioria não
Uns veem que a coisa é séria, outros que tô brincando
Cara, pra que isso? Você é classe média
Tua família é boa, cê nem sabe o que é a miséria
Deixa pra lá, com licença, tomar um café
E com a fé eu vou criando paciência
Você é esquerda ou é direita?
Eu sou o centro, a rua e as viela estreita
Sou o amor de Deus, onde todos se respeitam
Sou o dever cumprido ao travesseiro que se deita
O mano que tem fé que o errado se ajeita
Sou servo lá do céu, escravo da caneta