Caminhando
Luciano alvesDentro de nós repousa um Pedro Eremita
Que nos incita, encontre a cura pra sua ferida.
Somos cruzados tímidos, hoje em dia
Não embarcamos mais em missões intermináveis
Que nos exijam perseverança e coragem
Nada compra a sua paz de espírito
Não há riqueza que não roube a liberdade do seu filho
Expedições que não são mais do que passeios
À noite estamos de volta à segurança do abrigo
De onde partimos com receio de uma dezena de inimigos
Caminhadas que seguem sempre a mesma trilha
Eu lhe pergunto meu amigo, meu irmão, minha extensão
Quem tem coragem pra mudar de direção?
Nada compra a sua independência
Não há riqueza que não sacrifique a sua existência
Assim como o rio procura o caminho até o mar
O que de concreto se faz pra enfrentar
O fato de nem se saber por onde começar?
Conhecimento que não é sabedoria
Discernimento que não consegue distinguir
Nada além daquilo que convém pro seu próprio nariz
Onde será que perdemos o fio da meada?
Onde é que tudo começou a dar errado?
Já não importa, ainda é tempo de botar o pé na estrada
E se há sempre algum motivo pra se desistir
Há um milhão de razões pra prosseguir