Mamparra

Sempre que preciso

Mamparra
Penso que penso nele
A todo instante
Intenso, imenso
Mais até do que fosse amante

Penso no abstrato
No trato, no seu tato
No fato que só me consome

Como há de se consumar um fato
Que na vida real não se encontra
Se monta, e desmonta
E igual nunca houve

Ouve sim, o som, e dança
Dança sempre que possível, dança
E se assim não for, dança
E se pouco resta, dança
Eis outro bom momento para se dançar

Vejo que penso nele
Quase nada
De leve, mais fraco
Bem menos

Sinto o meu corpo
Em cada passo, quando movo
Em cada compasso, algo novo
A consumir em mim, pra mim
O que na vida real eu expresso
Me levanto e canto
Como em tantos momentos

Ouço sim, o som, e canto
Canto sempre que preciso, canto
E assim sendo, canto, não calo
E se tanto sobra, canto
Eis outro bom momento para se cantar

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