Calipso
MandukaPerambulando manso pelas invernadas
Vestido como sempre com seu terno branco
Levava em si a fama de ser perigoso
Por isso quem o visse era cauteloso
Melhor a reverência que se aproximar
Mas não se preocupava do que se falava
Sabia dos covardes, nunca se enganava
No fundo até gostava de lhes perturbar
Jamais lhes concedia o mínimo sorriso
Não desmanchava em trilho, mesmo se preciso
Deixava feita a fama pra se acreditar
E assim foi se sucedendo outras madrugadas
Seu nome era Calipso e nas invernadas
Diziam que era hora de lhe ver dançar
Juntou-se a Valentia no banco da esquina
Em frente ao butiquim de Manuel Galvina
Onde ele costumava ir se calibrar
Mas eis que de repente apareceu Calipso
Como se aparecesse vindo de um feitiço
E foi se aproximando sem titubear
E confirmando lendas de velhos valentes
Sozinho contra os vinte leões maldizentes
Mostrou que a fama tinha um fundo de razão
Trabalhadas em rabo de arraia
Calipso mostrando sua fina laia
Saiu pisando firme, dono de seu chão