Razão e sentimento (part. moita brava)
Mano magrãoPor isso me rebelei,me preparei pro arrebento
De olho nos pilantra e pronto pro enfrentamento no hip hop militante presente, engajamento
Caminhando contra o vento fortalecendo o movimento
Sou quilombo urbano, esse é meu regimento
Combatendo no cotidiano sanguinário e violento melhor trazer as gases pra estancar os sangramentos
Cada cicatriz me fez mais forte, mais atento
Reconheço o inimigo, sei bem quem eu enfrento
Traíra nem cola, passa longe vai vendo
A indignação a cada letra que vou escrevendo
Ligado no que rola, alerta a todo momento
Sei o que falo, certas coisas nem comento
Minha luta, minha rima tem razão e sentimento
Me entreguei de corpo e alma pros corre que tô fazendo
É vivendo e aprendendo
Resistindo e lutando
Caminhando e cantando
Fazendo beat e rimando
Combatendo e sonhando
Correndo atrás e alcançando
Dançando break e grafitando
Dando aula e palestrando
Consciente na parada, sei do que tô falando
Vivo e canto a real, não tô me amostrando
Meu lugar é a quebrada, por ela vou guerreando e na luta de classes eu vou seguir rimando
Ainda tenho esperança, acredito na transformação, radical, sem devaneio vejo o capital no chão
De coração vermelho, nossa luta nunca foi em vão
Em cada ato nos debate, em cada manifestação
Palavras de ordem, enfrentamento, contestação, punhos erguidos, minha bandeira é a da revolução
Panfletos denunciam a real situação, as leituras me motivam a partir para a ação
Escondido na história, encontrei inspiração pra me rebelar contra o estado e enfrentar o patrão
Quem ouve o meu rap sabe da minha missão
Cada corre feito é luta contra a exploração
Sou peão, sou lavrador, sou da periferia, sou luta popular na luta por moradia
Sou moleque de quebrada, na ação, na correria, estudante da anel que ocupa a reitoria
Mulher em luta contra machismo e mais valia, também tô na trincheira combatendo a homofobia
Meu quilombo é raça e classe, pros racista é agonia como diz preto roob: Socialismo é o que nos guia
Razão e sentimento, luto por necessidade meus versos clamam por justiça e igualdade, por uma nova vida, uma nova sociedade sem pátria, sem patrão e alegria de verdade.
Vem com nós quem canta, cego é quem enxerga só até onde a vista alcança
Vem com nós quem dança, quem cai e se levanta
O amanhã se alcança com a memória na lança, quem luta se adianta
Pega a balança, classe trabalhadora é o peso da mudança
A maioria avança, sobe a montanha, constrói as aliança contra as ganância não perde as esperança, os direito arranca
Quem bate também apanha, aviso pros bacana favela aguenta muito, mas não aguenta tudo
Um dia a gota d'água, vira um dilúvio afogando os luxo
Beira mar de luto, tsuname dos justos, reinará o subúrbio, irmão
Não fique mudo, fala que eu te escuto, arroche nos estudo, prepare o seu discurso
Se eles têm os lucros, bancos, latifúndio, cacetete, coturno, algema para o pulso se liga aí maluco
Nós têm o nosso orgulho, as raízes, os frutos, as sementes do futuro, por elas eu uso o beat, a caixa, o bumbo, os grafitti no muro, os break quebrando tudo
Se o sistema é bruto, o rap é meu escudo me faz erguer o punho para mudar o mundo