Vire o mate
ManoloQue triângulo misterioso
Que se consome harmonioso
E se transforma em afago
De idéias todas bagualas
Do guasca que na pobreza
Faz poesias libertárias.
(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)
O farol do sol é chama
Que avisa da campereada
Coisa que vista de longe
Até parece de farra
Mas depois de estar em cima
Se torna muito velhaca
Amigo, segure o boi
Que é diferente da vaca.
(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)
O capim engorda o boi
Que se vai para as Europa
E o guasca só faz na tropa
Um charque pra gurizada
Que cresce sem saber nada
E o homem fica com o grosso
E pra nós não fica nada.
(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)
No churrasco ponho sal
Nos prazeres, mais um pouco
O meu guri anda mal
Minha prenda no sufoco
E eu ando de pago em pago
O mesmo que capão louco
Por pobre ando em bolichos
Sonhando e gastando os trocos.