Manolo

Vire o mate

Manolo
Ah! Mate, cigarro e trago
Que triângulo misterioso
Que se consome harmonioso
E se transforma em afago
De idéias todas bagualas
Do guasca que na pobreza
Faz poesias libertárias.

(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)

O farol do sol é chama
Que avisa da campereada
Coisa que vista de longe
Até parece de farra
Mas depois de estar em cima
Se torna muito velhaca
Amigo, segure o boi
Que é diferente da vaca.

(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)

O capim engorda o boi
Que se vai para as Europa
E o guasca só faz na tropa
Um charque pra gurizada
Que cresce sem saber nada
E o homem fica com o grosso
E pra nós não fica nada.

(Vire o mate companheiro
Vamos dar-lhe uma encilhada
Assim começamo o dia
Bem no fim da madrugada)

No churrasco ponho sal
Nos prazeres, mais um pouco
O meu guri anda mal
Minha prenda no sufoco
E eu ando de pago em pago
O mesmo que capão louco
Por pobre ando em bolichos
Sonhando e gastando os trocos.

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